Olá!Faz um bom tempo que não escrevo nesse blog pois tenho estado ocupado com a faculdade e com os meus outros blogs.
Hoje falarei sobre um fenomêno cultural/artístico muito interessante e que tem suas origens no século XVIII, o Mangá.Essa deverá ser a primeira parte de uma série de postagens que pretendo fazer sobre histórias em quadrinhos.
Desde tempos antigos já existia no Japão algo similar ao mangá atual.Em meados do século XII, uma pintura chamada Choju Jinbutsu Giga mostrava animais que satirizava, a sociedade da época como podemos ver na imagem abaixo:
Na segunda metade do século XVII popularizaram-se as estórias ilustradas gravadas em blocos de madeira.
Um século depois muitos escritores ilustraram suas próprias estórias em um formato que lembra o mangá atual.Apesar disso o formato dessas estórias ainda diferia do formato moderno de mangá com cenários,personagens e diálogos em balões.
Nessa época o texto era composto por frases colocadas junto das ilustrações, porém gradualmente se transformaram em balões de diálogo dentro dos quadros.
Na década de 30 foram produzidos muitas estórias de longa duração em formato de livro e revistas como Nora-Kuro de Tagawa Suiho.Infelizmente com a chegada da guerra e da censura a produção declinou.
(gravura de Nora-Kuro)
No período pós-segunda guerra o mangá renasce com a obra de Tezuka Osamu.
(Acima, Shin Takarajima de Sakai Shicima/ilustrado por Tezuka Osamu)
Seus quadrinhos tinham um efeito cinematográfico e um dinamismo que transformaram o mangá em um veículo de expressão.A obra de Tezuka Osamu, criador de Tetsuwan Atomu (Astroboy aqui no Brasil) impulsionou a criação de mangás, principalmente por artistas como Fujiko Fujio, Akatsuka Fujio, Ishimori Shotaro e outros...
(Acima, o famoso Astroboy)
Nos anos 60, prevaleciam os mangás mais dramáticos inspirando outros criadores como Otomo katsuhiro e Shiro Masamune.
Em contrapartida a esse esforço dramático, surgiram nos anos 60 mangás que se focavam no aspecto psicológico dos personagens, principalmente os mangás para meninas conhecidos como shojo-manga, mangás como '' Ribon no kishi'' de Tezuka Osamu (Conhecido como A princesa e o cavaleiro aqui no Brasil).
Hoje em dia o mangá já tem sua influência muito mais difundida pelo mundo, aqui no Brasil por exemplo o auge veio nos anos 2000 com Rurouni Kenshin (Samurai X), Seinto Seya (Cavaleiros do Zodíaco), Love Hina e outros...
Por último mas não menos importante, devemos lembrar da influência que o Anime teve nesse processo, popularizando o estilo japonês de quadrinhos e levando-o para a TV brasileira e de outros países.
Gostaria então de terminar com um pequeno painel de sugestões de mangá/anime:
Gundam Wing (E toda a série Gundam)
Rurouni Kenshin
Desert Punk
Saint Seya
Sailor Moon
Yuyu Hakusho
Inu-Yasha.
Texto baseado em artigos da Wikipedia inglesa, brasileira e na revista Nippon.
Taverna do Rapha
Onde o clássico e o moderno se encontram
terça-feira, 27 de março de 2012
sábado, 2 de julho de 2011
Álvares de Azevedo
Olá a todos, hoje falarei um pouco sobre um importante poeta de nossa história, um poeta do chamado ''mal-do-século'' o grande Álvares de Azevedo.
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em 12 de Setembro de 1831 em São Paulo, filho de Inácio Manuel Álvarez de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passando a maior parte de sua infância no Rio de janeiro voltando posteriormente a São Paulo para estudar na Faculdade de Direito do largo de São Francisco (também conhecida como "Faculdade das Arcadas" pela sua arquitetura) onde ganhou fama por suas precoces produções literárias.
Durante o curso de Direito traduziu o quinto ato de Otelo (Shakeaspeare), Parisina (Lord Byron), fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano, fez parte da Sociedade Epicureia e iniciou o poema épico Conde Lopo, do qual, hoje só restam fragmentos.
Não concluiu o curso pois foi vítima de tuberculose pulmonar nas férias de 1851 a 1852 agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, vindo a falecer aos 21 anos.
A sua obra compreende:
-Poesias diversas
-Poema do Frade
-Macário
-O livro de Fra Gondicário
-Noite na taverna
-Cartas
-Vários ensaios
-Lira dos vinte anos
Influências: Goethe, François-René de Chateaubriand e Alfred de Musset.
SHELLEY
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro...
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro...
Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia,
Só levo uma saudade — é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade — e dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
E de ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minhas tristezas te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos, — bem poucos! e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei!... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Ó tu, que à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se vivi... foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu! eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz! e escrevam nela:
— Foi poeta, sonhou e amou na vida. —
Sombras do vale, noites da montanha,
Que minh’alma cantou e amava tanto,
Protejei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe um canto!
Mas quando preludia ave d’aurora
E quando, à meia-noite, o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri as ramas...
Deixai a lua pratear-me a lousa!
E o eco ao longe murmurou — é ela!...
Eu a vi... minha fada aérea e pura,
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas...
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia! que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!
Quase caí na rua desmaiado!
Afastei a janela, entrei medroso:
Palpitava-lhe o seio adormecido...
Fui beijá-la... roubei do seio dela
Um bilhete que estava ali metido...
Oh! De certo ... (pensei) é doce página
Onde a alma derramou gentis amores!...
São versos dela... que amanhã decerto
Ela me enviará cheios de flores...
Trem de febre! Venturosa folha!
Quem pousasse contigo neste seio!
Como Otelo beijando a sua esposa,
Eu beijei-a a tremer de devaneio...
É ela! é ela! — repeti tremendo,
Mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta...
Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!
Mas se Werther morreu por ver Carlota
Dando pão com manteiga às criancinhas,
Se achou-a assim mais bela... eu mais te adoro
Sonhando-te a lavar as camisinhas!
É ela! é ela! meu amor, minh’alma,
A Laura, a Beatriz que o céu revela...
É ela! é ela! — murmurei tremendo,
E o eco ao longe suspirou — é ela!
VICTOR HUGO
Na praia deserta que a lua branqueia,
Que mimo! que rosa! que filha de Deus!
Tão pálida... ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!
Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
A praia é tão longa! e a onda bravia
As roupas de gaza te molha de escuma...
De noite, aos serenos, a areia é tão fria...
Tão úmido o vento que os ares perfuma!
És tão doentia...
Não corras assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor,
Teus seios palpitam — a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!
Teu pé tropeçou...
Não corras assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
E o pálido mimo da minha paixão
Num longo soluço tremeu e parou,
Sentou-se na praia, sozinha no chão,
A mão regelada no colo pousou!
Que tens, coração
Que tremes assim?
Cansaste, donzela?
Tem pena de mim!
Deitou-se na areia que a vaga molhou.
Imóvel e branca na praia dormia;
Mas nem os seus olhos o sono fechou
E nem o seu colo de neve tremia...
O seio gelou?...
Não durmas assim!
O pálida fria,
Tem pena de mim!
Dormia: — na fronte que níveo suar...
Que mão regelada no lânguido peito...
Não era mais alvo seu leito do mar,
Não era mais frio seu gélido leito!
Nem um ressonar...
Não durmas assim...
O pálida fria,
Tem pena de mim!
Aqui no meu peito vem antes sonhar
Nos longos suspiros do meu coração:
Eu quero em meus lábios teu seio aquentar,
Teu colo, essas faces, e a gélida mão...
Não durmas no mar!
Não durmas assim.
Estátua sem vida,
Tem pena de mim!
E a vaga crescia seu corpo banhando,
As cândidas formas movendo de leve!
E eu vi-a suave nas águas boiando
Com soltos cabelos nas roupas de neve!
Nas vagas sonhando
Não durmas assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
E a imagem da virgem nas águas do mar
Brilhava tão branca no límpido véu...
Nem mais transparente luzia o luar
No ambiente sem nuvens da noite do céu!
Nas águas do mar
Não durmas assim...
Não morras, donzela,
Espera por mim!
amour est suave!
GEORGE SAND
Meu pobre coração que estremecias,
Suspira a desmaiar no peito meu:
Para enchê-lo de amor, tu bem sabias
Bastava um beijo teu!
Como o vale nas brisas se acalenta,
O triste coração no amor dormia;
Na saudade, na lua macilenta
Sequioso ar bebia!
Se nos sonhos da noite se embalava
Sem um gemido, sem um ai sequer,
E que o leite da vida ele sonhava
Num seio de mulher!
Se abriu tremendo os íntimos refolhos,
Se junto de teu seio ele tremia,
E que lia a ventura nos teus olhos,
É que deles vivia!
Via o futuro em mágicos espelhos,
Tua bela visão o enfeitiçava,
Sonhava adormecer nos teus joelhos...
Tanto enlevo sonhava!
Via nos sonhos dele a tua imagem
Que de beijos de amor o recendia...
E, de noite, nos hálitos da aragem
Teu alento sentia!
Ó pálida mulher! se negra sina
Meu berço abandonado me embalou,
Não te rias da sede peregrina
Dest’alma que te amou...
Que sonhava em teus lábios de ternura
Das noites do passado se esquecer...
Ter um leito suave de ventura...
E amor onde morrer!
Fontes: Wikipedia.org e PortalSaofrancisco.com.br
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em 12 de Setembro de 1831 em São Paulo, filho de Inácio Manuel Álvarez de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passando a maior parte de sua infância no Rio de janeiro voltando posteriormente a São Paulo para estudar na Faculdade de Direito do largo de São Francisco (também conhecida como "Faculdade das Arcadas" pela sua arquitetura) onde ganhou fama por suas precoces produções literárias.
Durante o curso de Direito traduziu o quinto ato de Otelo (Shakeaspeare), Parisina (Lord Byron), fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano, fez parte da Sociedade Epicureia e iniciou o poema épico Conde Lopo, do qual, hoje só restam fragmentos.
Não concluiu o curso pois foi vítima de tuberculose pulmonar nas férias de 1851 a 1852 agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, vindo a falecer aos 21 anos.
A sua obra compreende:
-Poesias diversas
-Poema do Frade
-Macário
-O livro de Fra Gondicário
-Noite na taverna
-Cartas
-Vários ensaios
-Lira dos vinte anos
Influências: Goethe, François-René de Chateaubriand e Alfred de Musset.
Lembrança de morrer
No more! O never more!SHELLEY
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro...
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro...
Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia,
Só levo uma saudade — é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade — e dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
E de ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minhas tristezas te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos, — bem poucos! e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei!... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Ó tu, que à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se vivi... foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu! eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz! e escrevam nela:
— Foi poeta, sonhou e amou na vida. —
Sombras do vale, noites da montanha,
Que minh’alma cantou e amava tanto,
Protejei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe um canto!
Mas quando preludia ave d’aurora
E quando, à meia-noite, o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri as ramas...
Deixai a lua pratear-me a lousa!
É Ela! É Ela!
É ela! é ela! — murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou — é ela!...
Eu a vi... minha fada aérea e pura,
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas...
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia! que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!
Quase caí na rua desmaiado!
Afastei a janela, entrei medroso:
Palpitava-lhe o seio adormecido...
Fui beijá-la... roubei do seio dela
Um bilhete que estava ali metido...
Oh! De certo ... (pensei) é doce página
Onde a alma derramou gentis amores!...
São versos dela... que amanhã decerto
Ela me enviará cheios de flores...
Trem de febre! Venturosa folha!
Quem pousasse contigo neste seio!
Como Otelo beijando a sua esposa,
Eu beijei-a a tremer de devaneio...
É ela! é ela! — repeti tremendo,
Mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta...
Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!
Mas se Werther morreu por ver Carlota
Dando pão com manteiga às criancinhas,
Se achou-a assim mais bela... eu mais te adoro
Sonhando-te a lavar as camisinhas!
É ela! é ela! meu amor, minh’alma,
A Laura, a Beatriz que o céu revela...
É ela! é ela! — murmurei tremendo,
E o eco ao longe suspirou — é ela!
Sonhando
Hier, la nuit d’été, que nous prêtait ses voiles, Était digne de toi, tant elle avait d’étoiles!
VICTOR HUGO
Na praia deserta que a lua branqueia,
Que mimo! que rosa! que filha de Deus!
Tão pálida... ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!
Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
A praia é tão longa! e a onda bravia
As roupas de gaza te molha de escuma...
De noite, aos serenos, a areia é tão fria...
Tão úmido o vento que os ares perfuma!
És tão doentia...
Não corras assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor,
Teus seios palpitam — a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!
Teu pé tropeçou...
Não corras assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
E o pálido mimo da minha paixão
Num longo soluço tremeu e parou,
Sentou-se na praia, sozinha no chão,
A mão regelada no colo pousou!
Que tens, coração
Que tremes assim?
Cansaste, donzela?
Tem pena de mim!
Deitou-se na areia que a vaga molhou.
Imóvel e branca na praia dormia;
Mas nem os seus olhos o sono fechou
E nem o seu colo de neve tremia...
O seio gelou?...
Não durmas assim!
O pálida fria,
Tem pena de mim!
Dormia: — na fronte que níveo suar...
Que mão regelada no lânguido peito...
Não era mais alvo seu leito do mar,
Não era mais frio seu gélido leito!
Nem um ressonar...
Não durmas assim...
O pálida fria,
Tem pena de mim!
Aqui no meu peito vem antes sonhar
Nos longos suspiros do meu coração:
Eu quero em meus lábios teu seio aquentar,
Teu colo, essas faces, e a gélida mão...
Não durmas no mar!
Não durmas assim.
Estátua sem vida,
Tem pena de mim!
E a vaga crescia seu corpo banhando,
As cândidas formas movendo de leve!
E eu vi-a suave nas águas boiando
Com soltos cabelos nas roupas de neve!
Nas vagas sonhando
Não durmas assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
E a imagem da virgem nas águas do mar
Brilhava tão branca no límpido véu...
Nem mais transparente luzia o luar
No ambiente sem nuvens da noite do céu!
Nas águas do mar
Não durmas assim...
Não morras, donzela,
Espera por mim!
Pálida Imagem
Et pourtant que le parfum d’un pur
amour est suave!
GEORGE SAND
Meu pobre coração que estremecias,
Suspira a desmaiar no peito meu:
Para enchê-lo de amor, tu bem sabias
Bastava um beijo teu!
Como o vale nas brisas se acalenta,
O triste coração no amor dormia;
Na saudade, na lua macilenta
Sequioso ar bebia!
Se nos sonhos da noite se embalava
Sem um gemido, sem um ai sequer,
E que o leite da vida ele sonhava
Num seio de mulher!
Se abriu tremendo os íntimos refolhos,
Se junto de teu seio ele tremia,
E que lia a ventura nos teus olhos,
É que deles vivia!
Via o futuro em mágicos espelhos,
Tua bela visão o enfeitiçava,
Sonhava adormecer nos teus joelhos...
Tanto enlevo sonhava!
Via nos sonhos dele a tua imagem
Que de beijos de amor o recendia...
E, de noite, nos hálitos da aragem
Teu alento sentia!
Ó pálida mulher! se negra sina
Meu berço abandonado me embalou,
Não te rias da sede peregrina
Dest’alma que te amou...
Que sonhava em teus lábios de ternura
Das noites do passado se esquecer...
Ter um leito suave de ventura...
E amor onde morrer!
Fontes: Wikipedia.org e PortalSaofrancisco.com.br
domingo, 12 de junho de 2011
Dia dos Namorados na Taverna
Olá a todos, como vocês sabem hoje é o dia dos namorados, dia em que vocês, ao menos os que tem um consorte, namorada, mulher, amante rsrs, enfim dia em que comemoram o amor de um pelo outro, mas vocês provavelmente devem ter se perguntado alguma vez do porque dessa data ser escolhida para essa comemoração, então aqui está uma matéria com a história dessa comemoração através das eras.
O dia dos namorados é comemorado todo dia 12 de junho no Brasil e todo dia 14 de fevereiro em outros países (Onde é comemorado o dia de São Valentim).
Comemoramos essa data aqui no Brasil por ser véspera da celebração do famoso Santo casamenteiro Santo Antônio
Fernando de Bulhões (verdadeiro nome de Santo Antônio), nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195, numa família de posses. Aos 15 anos entrou para um convento agostiniano, primeiro em Lisboa e depois em Coimbra, onde provavelmente se ordenou. Em 1220 trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana, na esperança de, a exemplo dos mártires, pregar aos sarracenos no Marrocos. Após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio são Francisco de Assis, lecionou nas universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier, Puy-en-Velay e Pádua, adquirindo grande renome como orador sacro no sul da França e na Itália. Ficaram célebres os sermões que proferiu em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Em todos esses lugares suas prédicas encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade.
A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, perto de Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados, alguns dos quais seriam reunidos e publicados entre 1895 e 1913. Dentro da Ordem Franciscana, Antônio liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos introduzidos na regra pelo superior Elias.
Após uma crise de hidropisia (Acúmulo patológico de líquido seroso no tecido celular ou em cavidades do corpo). Antônio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo papa Gregório IX.
Voltando agora ao dia dos namorados(12 de junho), essa data provavelmente foi criada no comércio paulista pelo publicitário João Dória que trouxe a idéia do exterior e apresentou-a aos comerciantes.A idéia se expandiu pelo Brasil, amparada pela correlação com o Dia de São Valentim que nos países do hemisfério norte ocorre é utilizada para incentivar a troca de presentes entre os casais apaixonados.
Já o dia de São Valentim, comemorado em 14 de fevereiro deve sua origem a Roma antiga e Lupercália, (festival pastoril romano em homenagem a pã), a celebração da Lupercália durou durante cerca de 800 anos até que o Papa Gelásio I a proibiu por ser uma festa pagã e instituiu o 14 de fevereiro como dia de São Valentim para que a celebração cristã absorvesse o paganismo da data.
O bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes.
Além de continuar celebrando casamentos, ele se casou secretamente, apesar da proibição do imperador. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como''Seu Namorado'' ou ''De seu Valentim''.
Fontes: Wikipédia.org, wagsantos.sites.uol.com.br e diadosnamorados.kazulo.pt.
domingo, 5 de junho de 2011
Um clássico de Stanley Kubrick
O diretor Stanley Kubrick cria junto com o ator Peter Sellers no filme Dr. Fantástico um manifesto antibélico rodado propositalmente em Preto & Branco para criar uma atmosfera tensa, pesada e de época, ambientado na passagem dos anos 1950 e 1960, auge da Guerra Fria.
É o Capitalismo versus Comunismo. As potências hegemônicas com seu poder de destruição sem precedentes na história das guerras.
O filme é uma comédia de humor negro, expondo a paranóia da Guerra Fria através dos personagens vividos por Sellers. No filme, Sterling Hayden como general Jack D. Ripper, um paranóico e ultrapatriótico (cujo nome é uma referência ao célebre serial killer Jack, o Estripador) general que enlouquecido e achando que os comunistas estariam poluindo os preciosos fluidos corporais da América, ordena um ataque nuclear à União Soviética.
A partir daí, o clima entre as potências fica tenso. Kubrick coloca Sellers como presidente americano na Sala de Guerra, com a incumbência de demover um premiê russo de retaliar a ação enlouquecida de seu general, pondo em risco uma guerra nuclear, quando o chanceler anuncia que, se atacado, uma máquina desenvolvida pelos russos, chamada de Máquina do Juízo Final (há quem diga que havia realmente uma série de bombas escondidas nos montes Urais) que exterminaria toda a raça humana.
O diretor Stanley Kubrick utiliza-se em sua paródia a guerra de cenas de duplo sentido, como a placa ao fundo na Sala de Guerra dizendo “PAZ É A NOSSA PROFISSÃO” e da presença do Dr. Fantástico (mais um papel magistral de Sellers) na reunião, Dr. Fantástico que havia servido a Hitler no III Reich e que, após a II Guerra tornara-se conselheiro do presidente americano.
E é o próprio Dr. Fantástico, um ex-cientista, que confirma a existência da Máquina do Juízo Final. Em suas falas, Dr. Fantástico chega a se dirigir ao presidente americano como Führer (alusão a Hitler), além de um estranho movimento que faz foge ao seu controle, como a saudação nazista Sieg Heil.
A cena ao final do filme em que o oficial com ares de cowboy T. King Kong monta na bomba é impagável, surreal, distorcendo qualquer tipo de raciocínio lógico.
O filme foi escolhido para ser preservado pelo Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos. Em 2000, os leitores da revista Total film votaram-no como a 24ª maior comédia de todos os tempos e é considerado o 15º melhor filme de todos os tempos pelo site TopTenReviews Movies.
O crítico de cinema americano Roger Ebert colocou Dr.Strangelove em sua lista de Grandes Filmes, afirmando que ele é "possivelmente a melhor sátira política do século". Também obteve o quinto lugar na lista das melhores direções do cinema feito pelo Instituto de Cinema do Reino Unido, sendo a única comédia entre os dez primeiros.
Trailer de Dr.Strangelove
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Uma pausa no blog
Olá pessoal, estou só comunicando que o blog está parado por um tempo por causa das provas da minha faculdade, estou estudando pra elas e ando meio sem tempo então o blog deve ficar parado até a semana que vem quando acabam as provas.
Um abraço para todos
Um abraço para todos
sábado, 14 de maio de 2011
Um pouco de poesia
Olá amigos, hoje aproveitarei para postar aqui alguns poemas de minha autoria e será a primeira vez que coloco material meu aqui no blog, espero que gostem.
Entre ruas
Entre as ruas de Praga
Conheci você
Encontrei-a à esquina da taberna
Onde os amantes entornam a paixão em doses de romance
Entre as ruas de Paris
Bailei com você
Até a meia-noite sob uma lua cheia eterna
Que por mim teria durado para sempre
Então...
Nas ruas da tragédia
Você me deixou, indo de encontro ao seu destino
Seu sangue ainda corre em minh'alma, seu beijo ficou nos meus lábios
Onde você nunca será esquecida, minha alma volta a Praga e Paris sempre que se lembra de você.
Para sempre
Desce as escadas do paraíso
Vem a meu encontro
Beija minh'alma, ameniza minha dor.
Te levo por entre labirintos de sonhos
Aqueço tua alma com meus beijos
Te arrebato com meu amor.
Que o nosso sonho nunca acabe
Nossa chama nunca apague
Eu te amo com ardor
Para sempre meu amor.
Dia de chuva
A chuva cai vertiginosamente
Levando para longe a nódoa que ficou
Resíduos em nossas almas
A chuva cai e leva
Leva para longe de mim sua lembrança
Seu vulto errante em minh'alma
Ela cai e leva
Leva e lava
Leva a vida e lava a alma
Leva a alma e lava a vida.
Levando para longe a nódoa que ficou
Resíduos em nossas almas
A chuva cai e leva
Leva para longe de mim sua lembrança
Seu vulto errante em minh'alma
Ela cai e leva
Leva e lava
Leva a vida e lava a alma
Leva a alma e lava a vida.
Entre ruas
Entre as ruas de Praga
Conheci você
Encontrei-a à esquina da taberna
Onde os amantes entornam a paixão em doses de romance
Entre as ruas de Paris
Bailei com você
Até a meia-noite sob uma lua cheia eterna
Que por mim teria durado para sempre
Então...
Nas ruas da tragédia
Você me deixou, indo de encontro ao seu destino
Seu sangue ainda corre em minh'alma, seu beijo ficou nos meus lábios
Onde você nunca será esquecida, minha alma volta a Praga e Paris sempre que se lembra de você.
O fim
Levanto e olho para a cidade mergulhada nas trevas
O caos tornou-se lei
O céu envolto por névoas
Vejo o outro lado da moeda da vida
O lado escuro da Lua
Apenas espero o apertar do botão
Apenas espero o gatilho ser puxado
Olho as notícias...O tirano foi derruabado
O morto foi embalsamado
Mais um complô do governo foi desmascarado
E nada até então tem mudado.
É assim desde o início
O fim que não vai chegar
Porque a humanidade acabou antes mesmo de começar.
O caos tornou-se lei
O céu envolto por névoas
Vejo o outro lado da moeda da vida
O lado escuro da Lua
Apenas espero o apertar do botão
Apenas espero o gatilho ser puxado
Olho as notícias...O tirano foi derruabado
O morto foi embalsamado
Mais um complô do governo foi desmascarado
E nada até então tem mudado.
É assim desde o início
O fim que não vai chegar
Porque a humanidade acabou antes mesmo de começar.
Para sempre
Desce as escadas do paraíso
Vem a meu encontro
Beija minh'alma, ameniza minha dor.
Te levo por entre labirintos de sonhos
Aqueço tua alma com meus beijos
Te arrebato com meu amor.
Que o nosso sonho nunca acabe
Nossa chama nunca apague
Eu te amo com ardor
Para sempre meu amor.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Cinema expressionista alemão
Olá, hoje farei uma postagem sobre o estilo cinematográfico conhecido como Cinema expressionista alemão.
(Acima, cena do filme ''O gabinete do Dr. Caligari'')
Antes de tudo vamos lembrar que diferente das outras áreas da arte, o expressionismo chegou ao cinema em 1919, ou seja, de maneira tardia.O termo "expressionismo" foi utilizado pela primeira vez pelo pintor francês Julien-Auguste Hervé, que usou a palavra ''expressionisme'' para designar uma série de quadros apresentados no ''Salão dos Independentes'' de Paris em 1901, em contraste com o Impressionismo.
O expressionismo surgiu como uma reação ao Impressionismo, diferindo dos Impressionistas que imprimiam na tela o mundo circundante através do uso dos sentidos, os expressionistas refletiam o mundo interior com obras carregadas de conteúdo simbólico.
A aparição do expressionismo na Alemanha não foi um fato aleatório, mas é explicado pelo profundo estudo da arte durante o século XIX pelos filósofos, artistas e teóricos alemães, do romantismo e as múltiplas contribuições para o campo da estética de personagens como Wagner e Nietzsche, para a estética cultural e para a obra de autores como Konrad Fiedler ("Para julgar obras de arte visual", 1876), Theodor Lipps ("Estética", 1903-1906) e Wilhelm Worringer ("Abstração e empatia", 1908). Esta corrente teórica deixou uma profunda marca nos artistas alemães de finais do século XIX e princípios do XX, centrada sobretudo na necessidade de se expressar do artista (a "innerer Drang" ou necessidade interior, princípio que assumiu posteriormente Kandinsky), bem como a constatação de uma ruptura entre o artista e o mundo exterior, o ambiente que o envolve, fato que o torna num ser introvertido e alienado da sociedade.
Os primeiros filmes expressionistas: ''O estudante de Praga'', ''O gabinete do Dr. Caligari'', ''O golem'', ''Nosferatu''(entre outros)...Eram filmes altamente simbólicos e estilizados.
As estórias desses filmes lidavam com temas como a Loucura, traição, insanidade e outros tópicos intelectuais (opondo-se aos típicos filmes de romance e aventura).
Infelizmente o cinema expressionista não duraria muito desaparecendo logo após alguns anos tendo porém suas características sendo implementadas em filmes das décadas de 20 e 30.Dois gêneros do cinema que foram fortemente influenciados por esse movimento artístico foram os filmes de Terror e o cinema Noir.
Filmes como Dracula (1931) e O fantasma da Ópera mostram o legado do cinema expressionista.
(Bela Lugosi como Drácula na versão de 1931 do clássico).
(O gabinete do Dr. Caligari)
(Dracula, versão de 1931 estrelada por Bela Lugosi)
Fontes: en.wikipedia.org e pt.wikipedia.org
(Acima, cena do filme ''O gabinete do Dr. Caligari'')
Antes de tudo vamos lembrar que diferente das outras áreas da arte, o expressionismo chegou ao cinema em 1919, ou seja, de maneira tardia.O termo "expressionismo" foi utilizado pela primeira vez pelo pintor francês Julien-Auguste Hervé, que usou a palavra ''expressionisme'' para designar uma série de quadros apresentados no ''Salão dos Independentes'' de Paris em 1901, em contraste com o Impressionismo.
O expressionismo surgiu como uma reação ao Impressionismo, diferindo dos Impressionistas que imprimiam na tela o mundo circundante através do uso dos sentidos, os expressionistas refletiam o mundo interior com obras carregadas de conteúdo simbólico.
A aparição do expressionismo na Alemanha não foi um fato aleatório, mas é explicado pelo profundo estudo da arte durante o século XIX pelos filósofos, artistas e teóricos alemães, do romantismo e as múltiplas contribuições para o campo da estética de personagens como Wagner e Nietzsche, para a estética cultural e para a obra de autores como Konrad Fiedler ("Para julgar obras de arte visual", 1876), Theodor Lipps ("Estética", 1903-1906) e Wilhelm Worringer ("Abstração e empatia", 1908). Esta corrente teórica deixou uma profunda marca nos artistas alemães de finais do século XIX e princípios do XX, centrada sobretudo na necessidade de se expressar do artista (a "innerer Drang" ou necessidade interior, princípio que assumiu posteriormente Kandinsky), bem como a constatação de uma ruptura entre o artista e o mundo exterior, o ambiente que o envolve, fato que o torna num ser introvertido e alienado da sociedade.
Os primeiros filmes expressionistas: ''O estudante de Praga'', ''O gabinete do Dr. Caligari'', ''O golem'', ''Nosferatu''(entre outros)...Eram filmes altamente simbólicos e estilizados.
As estórias desses filmes lidavam com temas como a Loucura, traição, insanidade e outros tópicos intelectuais (opondo-se aos típicos filmes de romance e aventura).
Infelizmente o cinema expressionista não duraria muito desaparecendo logo após alguns anos tendo porém suas características sendo implementadas em filmes das décadas de 20 e 30.Dois gêneros do cinema que foram fortemente influenciados por esse movimento artístico foram os filmes de Terror e o cinema Noir.
Filmes como Dracula (1931) e O fantasma da Ópera mostram o legado do cinema expressionista.
(Bela Lugosi como Drácula na versão de 1931 do clássico).
(O gabinete do Dr. Caligari)
(Dracula, versão de 1931 estrelada por Bela Lugosi)
Fontes: en.wikipedia.org e pt.wikipedia.org
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