O diretor Stanley Kubrick cria junto com o ator Peter Sellers no filme Dr. Fantástico um manifesto antibélico rodado propositalmente em Preto & Branco para criar uma atmosfera tensa, pesada e de época, ambientado na passagem dos anos 1950 e 1960, auge da Guerra Fria.
É o Capitalismo versus Comunismo. As potências hegemônicas com seu poder de destruição sem precedentes na história das guerras.
O filme é uma comédia de humor negro, expondo a paranóia da Guerra Fria através dos personagens vividos por Sellers. No filme, Sterling Hayden como general Jack D. Ripper, um paranóico e ultrapatriótico (cujo nome é uma referência ao célebre serial killer Jack, o Estripador) general que enlouquecido e achando que os comunistas estariam poluindo os preciosos fluidos corporais da América, ordena um ataque nuclear à União Soviética.
A partir daí, o clima entre as potências fica tenso. Kubrick coloca Sellers como presidente americano na Sala de Guerra, com a incumbência de demover um premiê russo de retaliar a ação enlouquecida de seu general, pondo em risco uma guerra nuclear, quando o chanceler anuncia que, se atacado, uma máquina desenvolvida pelos russos, chamada de Máquina do Juízo Final (há quem diga que havia realmente uma série de bombas escondidas nos montes Urais) que exterminaria toda a raça humana.
O diretor Stanley Kubrick utiliza-se em sua paródia a guerra de cenas de duplo sentido, como a placa ao fundo na Sala de Guerra dizendo “PAZ É A NOSSA PROFISSÃO” e da presença do Dr. Fantástico (mais um papel magistral de Sellers) na reunião, Dr. Fantástico que havia servido a Hitler no III Reich e que, após a II Guerra tornara-se conselheiro do presidente americano.
E é o próprio Dr. Fantástico, um ex-cientista, que confirma a existência da Máquina do Juízo Final. Em suas falas, Dr. Fantástico chega a se dirigir ao presidente americano como Führer (alusão a Hitler), além de um estranho movimento que faz foge ao seu controle, como a saudação nazista Sieg Heil.
A cena ao final do filme em que o oficial com ares de cowboy T. King Kong monta na bomba é impagável, surreal, distorcendo qualquer tipo de raciocínio lógico.
O filme foi escolhido para ser preservado pelo Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos. Em 2000, os leitores da revista Total film votaram-no como a 24ª maior comédia de todos os tempos e é considerado o 15º melhor filme de todos os tempos pelo site TopTenReviews Movies.
O crítico de cinema americano Roger Ebert colocou Dr.Strangelove em sua lista de Grandes Filmes, afirmando que ele é "possivelmente a melhor sátira política do século". Também obteve o quinto lugar na lista das melhores direções do cinema feito pelo Instituto de Cinema do Reino Unido, sendo a única comédia entre os dez primeiros.
Trailer de Dr.Strangelove
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